sábado, 28 de setembro de 2013

A lenda do Carro Preto

Minha infância foi muito boa, acho que uma das poucas vantagens de morar em uma cidade pequena como Nova Russas é a segurança que o interior nos dá.Você tem liberta para sair com os amigos e brincar na rua, ir para vários lugares sem se preocupar com a violência, que antes se concentrava mais nos grandes centros.
Me lembro que quando eu tinha por volta dos oito anos de idade ia para escola  com um grupo de amiguinhos, vizinhos e coleguinhas de sala, sem nenhuma supervisão de um adulto, Nova Russas era muito tranquila naqueles tempos.
Mas teve um fato na época que me deixou bastante assustado, um carro preto de vidros fumê, andava tirando o sono de todos na cidade, principalmente das crianças. Não sei o que os passageiros desse carro queriam realmente, uns diziam se tratar de sequestradores internacionais de crianças, outros diziam que eram ladrões de órgãos, e outros acreditavam até mesmo que eram extra-terrestres disfarçados de humanos,que estavam na terra em busca de fazer experiências com crianças. Também nunca souberam descrever as pessoas que ocupavam o veículo, alguns falavam que eram dois homens e uma mulher, outros diziam que eram quatro homens vestidos de preto. O que mais me deixava de orelha em pé é que os adultos falavam à respeito desse assunto e que saiu até uma nota no rádio falando sobre o tal carro, dizendo para ter cuidado caso algum veículo parecido se aproximasse.
Isso fez com que toda a cidade ficasse assustada, muitos pais não queriam mais deixar que seus filhos saíssem de casa desacompanhados ,e eu fiquei com muito medo, tanto que só ia para a escola se fosse com meus irmãos mais velhos ou um dos meus pais. O pior de tudo foi saber que tentaram pegar uma de minhas amigas. Ela tinha ido a uma bodega perto de sua casa a pedido de sua mãe e no caminho um carro preto parou ao seu lado, abriram a porta e quando um braço ia pegando a menina, sua mãe que tinha esquecido de falar uma coisa, viu a sena, deu um grito e correu para salvar a filha, o carro saiu  em disparada e sumiu no horizonte.
Eu também tive um contato com o tal carro preto. Em um dia que eu saí mais sedo da escola, decidi ir para casa com meus amigos,mas tivemos a infelicidade de topar com um carro preto parado e ligado perto do portão de entrada, não sei se era o mesmo carro, mas por vias das dúvidas corremos o mais rápido que conseguimos até chegar em casa. No outro dia soube que tentaram pegar outro menino da minha escola.
Depois disto nunca mais ouvi falar sobre o assunto, pode ter sido uma coincidência o carro preto, mas o fato é que várias crianças desapareceram na época e até hoje não há paradeiro delas. 
 

domingo, 22 de setembro de 2013

Uma história de Terror na Quadra do Alfredo Gomes



Nos meus tempos de escola aconteceu a historia que vou lhes contar agora, eu tinha mudado de escola e tinha ido para outra melhor, seu nome era Alfredo Gomes, escola muito boa, se destacava por ter uma quadra esportiva excelente, era única que tinha na cidade por sinal. Muitos alunos saíram de suas escolas para estudar lá por causa da tal quadra esportiva, não foi meu caso, péssimo em esportes parecia que eu tinha duas pernas esquerdas, mas para Lucas um garoto de 15 anos que adorava futebol e queria ser um jogador profissional foi.


Lucas era menino que causava inveja nos outros garotos, era nota 10 na escola e camisa 10 no time, sempre rodeado de amigos, e meninas, que queriam ficar com ele, era o cara mais popular da escola, enquanto eu era o moleque magro, esquisito e nerd.


Me lembro das terríveis aulas de educação física, para mim um desperdício de tempo, para ele uma diversão e prazer. Em uma dessas aulas, eu estava no banco como sempre esperando a hora passar, e via Lucas dar seu show como sempre, dando dribles desconcertantes e fazendo gols. Emanuel um moleque gordo e grande para sua idade odiava Lucas, todos sabiam que esse ódio na verdade era inveja, sempre queria de alguma forma prejudicá-lo. Em um lance desleal no jogo Emanuel derruba Lucas, que caí e bate a cabeça no solo, ficando desacordado. Todos ficam desesperados e vão socorrê-lo, mas Lucas se levanta, dá um sorriso e continua jogando como se nada tivesse acontecido. Ao terminar a aula Lucas vai para casa toma banho janta e vai dormir. De manhã a sua mãe irritada com a demora do filho para acordar para ir a escola, vai até o seu quarto e se desespera ao ver que o filho está morto. Morreu enquanto dormia provavelmente por causa da lesão cabeça. 


Foi decretado Luto oficial na cidade por 2 dias, todos foram ao seu velório inclusive Emanuel que ficou muito abalado.


Dois meses se passaram, mas aulas de educação física não eram as mesmas, Emanuel agora tinha a camisa 10 que era de Lucas, estava se dedicando bastante ao esporte, às vezes ele alguns amigos pulavam o muro da escola a noite para jogar, um dia quando fizeram isso ao chegarem na quadra escura viram um garoto fazendo embaixadinhas, ao se aproximarem mais tomaram um susto ao ver que na verdade o menino era Lucas, os garotos saíram correndo, mas Emanuel ficou paralisado de medo, quando os meninos deram pela falta de Emanuel já estavam longe. Pensando que Emanuel já tinha saído e voltado para casa, não voltaram para a quadra.


No outro dia ouviram a notícia que Emanuel cometera suicídio em sua casa.


Hoje em dia as coisas parecem ter voltado ao normal, mas muitas pessoas afirmam ver vultos na quadra da escola, onde o garoto tanto gostava de estar.






domingo, 15 de setembro de 2013

O mistério da Ladeira da Piauí

José Badu era um valente encrenqueiro e durão, daqueles cabras macho da roça, sempre muito falastrão e destemido dizia que não abria nem pro trem. Nos fins de semana andava pelos bares atrás de brigas e cortar suas aventuras, que na maioria das vezes eram mentiras descabidas. 
Um dia desses como de costume José foi para um bar bastante longe de sua casa, ele andava quilômetros em sua bicicleta a procura de uma boa distração. Encontrou alguns amigos em um desses bares de interior, e por lá ficou contando seus causos até altas horas da noite. Tudo estava já escuro, só havia a luz do bar ainda aberto. Como os seus amigos moravam perto foram para casa a pé. O dono do bar era amigo de José, sabendo que ele morava bastante longe, o convidou para dormir em sua casa, e disse que as estradas estavam cheias de visagens para seguir por elas, Jose que era metido a valente, disse que ai de uma visagem se meter a besta com ele, e seguiu seu caminho.
Num determinado ponto da viagem sentiu um peso na bicicleta, como se alguém tive montado na garupa,Como José era muito forte continuo pedalando, mas a cada pedalada  parecia que o peso só aumentava, foi então que ele teve a ideia de tirar as tamancas de freio. Subiu na bicicleta novamente, mas mesmo sem os freios a bicicleta parecia ainda mais pesada. José deu uma olhada para trás e viu uma mulher muito gorda em cima da garupa de sua bicicleta, ao ver isso ele dá um grito a mulher some como se fosse feita de fumaça. A bicicleta ganha uma velocidade sensacional, ele estava em cima de uma ladeira muito alta, ao aperta os freios lembra que tinha os tirado e para piorar ver uma pedra gigante no meio do caminho, para não se chocar de cara com a pedra, sai pelo lado onde tem um barranco muito alto.
Dois dias depois José acorda no hospital sem quatro dentes da frente, uma perna quebrada, várias escoriações pelo corpo e mais uma historia para contar.
Dizem nesse lugar onde ocorreu o acidente com José, morreu uma mulher muito gorda que vinha com seu marido de bicicleta , num determinada momento o garfo da bicicleta quebrou e ela caiu tacando a cabeça no chão, o homem ficou vivo, ele sempre procura subir em veículos naquele trecho para completar sua viagem.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Lobisomem de Nova Russas

Hoje muitas coisas deixaram de ser percebidas, todos ficam vidrados nas telas das televisões, computadores, celulares e etc. Antigamente quando se observa a vida a mais fundo via-se tudo, o despertar do dia, as estrelas a noite, via-se também coisas indesejadas. A história que eu vou falar é verídica e aconteceu na década de 90, vou omitir o nome das pessoas envolvidas e criar nomes fictícios para não dar complicações judicias.
Numa casa na periferia de Nova Russas vivia Maria, mulher alta, feia, desengonçada vesga, ela parecia com aquelas mulheres que tomam esteroides para ficar forte, até barba ela tinha. Era casada com um mendigo muito conhecido na cidade, tinha 7 filhos e morava com sua mãe, que era muito maltratada por ela. Segundo me falaram a sua mãe era uma espécie de bruxa e apesar da idade jogou um feitiço na própria filha para se vingar dos maus tratos que sofria.
Foi em um dia de brincadeiras com filho dela, que era meu amigo, que me confidenciou toda a história da mãe. Ele falou que ela tinha aquele jeito esquisito por causa do tal feitiço e que uma vez a noite ele acordou com uns barulhos estranhos de fora da sua casa, e ao olhar pelo buraco da fechadura de sua casa para fora viu o inacreditável, sua mãe se transformando em um lobisomem. Aquela historia ficou na minha cabeça por dias, e quando perguntei meu pai se era verdade, ele confirmou, isso me deixou com mais medo ainda, meu pai ainda completou dizendo que ela saía em noites de lua cheia a procura de crianças que não eram batizadas, e que ela já quis pegar seus próprios filhos uma vez.
Me lembro como se fosse ontem, era noite de lua cheia e todos já sabia que Maria iria perambular pelas ruas daquele bairro por isso todos foram dormir mais sedo. Raimundo um marchante que morava perto da minha casa tinha acabo de ser  pai de menininho e  não tinha o batizado. Homem muito destemido não abria para nada, estava sentado na calçada da sua casa e quando se levantou para entrar  viu o que todos temiam, Maria a  mulher lobisomem transformada, ele descreveu para nós como sendo um cachorro de um dois metros de altura e com garras e olhos de fogo. Por sorte Raimundo estava descascando uma laranja e estava com uma faca na mão, lembrou do seu avô falou quando era criança em uma de suas estórias de trancoso, que para golpear um lobisomem deve-se usar a mão esquerda e assim o fez, passou a faca para mãe esquerda e começou a rezar, quando o bicho se aproximou Raimundo desferiu um golpe certeiro que cortou as garras da mão direita do animal, o monstro deu um uivo de dor e seguida saiu correndo.
No outro dia quando Raimundo estava na bodega de seu Manuel contando a história, porém ninguém acreditava, quando ele termina de falar os olhares se volta para  Maria, aparece com a mão enfachada, perguntada sobre o que tinha acontecido, falou que tinha sofrido um acidente doméstico.
Há várias outras histórias sobre a Maria, mas se são verdadeiras fica a seu critério.


domingo, 1 de setembro de 2013

Morro do Gritador

Em uma pequena casa distante alguns Km da pacata cidade Nova Russas. Vivia Larissa, filha de um agricultor e uma dona de casa, a pequena menina de 10 anos, passava seu dia brincando com suas bonecas pelos arredores de sua residência. Andava para tudo que era lado, porém sua mãe advertia que não brincasse perto da pista que passava em frente à sua casa.
A casa onde morava era simples, típica de interior sem muito luxo, mas bem aconchegante.  Ao longe podia se ver  a fumaça saindo pela chaminé. Ficava localizada em cima de um morro e este era cortado por uma pista.
Tudo perfeito, exceto por um detalhe, a menina ouvia vozes, segundo ela, a voz que ouvia era masculina, rouca e grave, parecida com voz de locutor idoso. Essa voz sempre mandava que ela fizesse coisas ruins. Uma vez Larissa estava brincando com seu gatinho de estimação, quando a voz mandou que o estrangulasse, a menina saiu de seus sentidos e quando voltou em se, viu o corpo do gatinho em suas pernas já sem vida.
Quando chegava a noite a garota tinha sempre o mesmo sonho, sonhava que tudo no mundo havia desaparecido e restara apenas uma estrada sem fim com pedras brancas, esta voz mandava que ela caminhasse por este caminho, e a cada passo mais ficava escuro seu horizonte. Larissa sempre acordava muito assustada e relatava tudo aos pais.
Larissa não era batizada, seus pais nunca se interessaram por isso, pois achavam desnecessário. Um dia seguindo conselhos de amigos, seus pais a levaram para um curandeiro, este curandeiro era muito conhecido e tinha a fama de resolver problemas espirituais. Ao chegarem à casa dele, percebeu-se que a menina já se comportava de forma diferente, depois de contarem tudo, ele se direcionou para onde a menina estava e disse algumas palavras em um idioma desconhecido, a voz que ficava apenas na cabeça da menina se manifestou na boca da menina, dizendo que se apoderara da menina e que ela a pertencia.
Sábio e muito experiente o curandeiro disse mais algumas palavras,  que fez com que a entidade não desse mais nem um passo, então abriu um armário e pegou um cordão, neste cordão havia um pingente em forma de saquinho, dentro havia um preparado de vários ingredientes, que afastavam presenças malignas. Colocado no pescoço, a menina voltou a se, e o mago deu sua ultima instrução
- Nunca tire este cordão do pescoço.
Depois da ida ao curandeiro Larissa voltou a ser a menina tranqüila que sempre foi, essa felicidade tomou conta da casa tudo era muito bom, não ouvia mais as vozes, nem o sonho horrível. Mas essa tranqüilidade acabou, num dia dormindo Larissa acidentalmente quebrou o cordão, imediatamente começou a ter o sonho, a voz mandava que ela andasse, e agora parecia que ele não tinha mais controle sobre seu corpo, era muito mais forte que ela a força que a controlava, esse pesadelo parecia que durava horas, até a força a solta e ela consegue acordar, ao abrir os olhos percebeu que estava a beira do morro que fica na frente de sua casa, de alguma forma se desequilibra e cai, antes de cair ao solo morta, dá um grito estridente que acorda seus pais, que  ficam desesperados ao ver o cadáver da filha morta sobre a pista.
Esta é uma historia real, o Morro do Gritador, como é conhecido o local onde a menina existe e fica no Ceará num lugar entre as cidades de Nova Russas e Crateús.
Depois do ocorrido várias coisas estranhas aconteceram por lá, motoristas afirmam que ouviram gritos estridentes e desesperadores ao passar pelo local onde a menina morreu, houve também muitos acidentes com vitimas. Em um desses um rapaz chamado Jonas, vinha de uma festa em Tamboril, cidade vizinha. No volante sentiu uma sonolência e rapidamente tira um cochilo, ao acordar com o barulho das buzinadas de um caminhão que vinha em sentido contrario, não pode acreditar no que seus olhos viam, uma menina toda vestida de branco sentada no banco do carona, muito pálida ficava olhando para baixa e calada, ela então que olha para o rapaz e mostra seus olhas brancos sem as íris e dá um grito que o deixa atordoado, ele perde o controle do carro e capota várias vezes. Seis meses depois acorda no hospital, todo engessado recebe a notícia de sua mãe que está paraplégico. De todos os acidentes que aconteceram nesse trecho, Jonas foi o único a ficar vivo para contar a história.